quinta-feira, março 15, 2007

Ferida viva

Eu sei de tudo na minha ferida viva. Sei também que o horizonte distante não o é tanto quando imaginava. Sou o mesmo, sinto, ainda como outrora. Mas algo mudou, sei disso. Pois disseram que a maturidade tem seu charme. No meu caso, charme mimado. Autista em mim mesmo, isso sim. Pleonasmo fatídico.

Se o novo sempre vem, me perco na minha consciência juventude. Os sonhos estão se tornando realidade, mas ainda a troca é pouca. Prefiro o casulo, mesmo últimamente sendo borboleta. Ou melhor, passarim que adora voar, porém tem no ninho o porto dito seguro. Que bom seria ter um amor pra embriagar e sonhar. E de volta, uma fé que perdi, pois a fé não custuma faiar.

Corrijo, não sei tudo na minha ferida viva. O horizonte é simulado, por isso, às vezes parece distante, outras vezes não. Não sou o mesmo, confesso, nem como outrora. Nem tudo mudou também. A maturidade tem sim um pouco de charme. No meu caso, charme angustiado. Esquisofrenia fingida, um não em mim mesmo. Hipérbole cega.

Pois se eu quiser falar com Deus, tenho de ficar a só. E calar a voz. Esforço para encontrar a (uma) paz pra poder continuar ante os confrontos e a necessidade (precisão). Permanência é a meta. Permanência humamamente possível para o viver ser viável. Sem virar cão, sem lamber o chão.

Cordas pra segurar. Por enquanto, só pés dançantes.

Nenhum comentário: