Quero hoje cantar.
De canto, curtir meu canto.
Ficar no canto e sonhar um pouco.
Nele me reconheço. Nele conheço o desconhecido.
Canção silenciosa que é trilha. Soundtrack.
Caminhos escondidos.
Ficar no canto não é ruim não.
Nem escanteio. Nem ser deixado de lado.
É outra coisa.
Digo mais, é melhor que espelho no teto.
Vemos-nos e não nos vemos.
Daí a graça.
A cada momento, descobrimo-nos.
Narciso debaixo d'agua.
Manoel de Barros já diz:
"Palavras tem de adoecer de mim para ficar mais saudáveis".
Cazuza canta ao meu ouvido:
"A tristeza é uma forma de se encontrar".
E minha mãe arremata:
"Fiquemos bem, cada um no seu bem, meu filho".
Pois é. Num mundo onde a solidão é condição universal, o que resta é decorar - de saudade - o meu cantinho.
quarta-feira, março 28, 2007
quinta-feira, março 15, 2007
Ferida viva
Eu sei de tudo na minha ferida viva. Sei também que o horizonte distante não o é tanto quando imaginava. Sou o mesmo, sinto, ainda como outrora. Mas algo mudou, sei disso. Pois disseram que a maturidade tem seu charme. No meu caso, charme mimado. Autista em mim mesmo, isso sim. Pleonasmo fatídico.
Se o novo sempre vem, me perco na minha consciência juventude. Os sonhos estão se tornando realidade, mas ainda a troca é pouca. Prefiro o casulo, mesmo últimamente sendo borboleta. Ou melhor, passarim que adora voar, porém tem no ninho o porto dito seguro. Que bom seria ter um amor pra embriagar e sonhar. E de volta, uma fé que perdi, pois a fé não custuma faiar.
Corrijo, não sei tudo na minha ferida viva. O horizonte é simulado, por isso, às vezes parece distante, outras vezes não. Não sou o mesmo, confesso, nem como outrora. Nem tudo mudou também. A maturidade tem sim um pouco de charme. No meu caso, charme angustiado. Esquisofrenia fingida, um não em mim mesmo. Hipérbole cega.
Pois se eu quiser falar com Deus, tenho de ficar a só. E calar a voz. Esforço para encontrar a (uma) paz pra poder continuar ante os confrontos e a necessidade (precisão). Permanência é a meta. Permanência humamamente possível para o viver ser viável. Sem virar cão, sem lamber o chão.
Cordas pra segurar. Por enquanto, só pés dançantes.
Se o novo sempre vem, me perco na minha consciência juventude. Os sonhos estão se tornando realidade, mas ainda a troca é pouca. Prefiro o casulo, mesmo últimamente sendo borboleta. Ou melhor, passarim que adora voar, porém tem no ninho o porto dito seguro. Que bom seria ter um amor pra embriagar e sonhar. E de volta, uma fé que perdi, pois a fé não custuma faiar.
Corrijo, não sei tudo na minha ferida viva. O horizonte é simulado, por isso, às vezes parece distante, outras vezes não. Não sou o mesmo, confesso, nem como outrora. Nem tudo mudou também. A maturidade tem sim um pouco de charme. No meu caso, charme angustiado. Esquisofrenia fingida, um não em mim mesmo. Hipérbole cega.
Pois se eu quiser falar com Deus, tenho de ficar a só. E calar a voz. Esforço para encontrar a (uma) paz pra poder continuar ante os confrontos e a necessidade (precisão). Permanência é a meta. Permanência humamamente possível para o viver ser viável. Sem virar cão, sem lamber o chão.
Cordas pra segurar. Por enquanto, só pés dançantes.
sexta-feira, março 02, 2007
Assim sim
Eu vivo assim.
Eu trilho assim.
Eu canto assim.
Enfim.
Eu trilho um canto improvável.
Eu me perco no não cantado vivido.
Eu vivo o não vivido cantado.
Enfim.
Eu. Canto. Trilho. Trilha. Improvável.
Enfim.
Eu canto o não vivido para trilhar o improvável.
Assim sim.
Eu trilho assim.
Eu canto assim.
Enfim.
Eu trilho um canto improvável.
Eu me perco no não cantado vivido.
Eu vivo o não vivido cantado.
Enfim.
Eu. Canto. Trilho. Trilha. Improvável.
Enfim.
Eu canto o não vivido para trilhar o improvável.
Assim sim.
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