segunda-feira, maio 28, 2007

Um girassol me diz algo mais

Enquanto muitos, talvez quase todos, vivem no mundo do rio ou do mar, eu, certamente alguns poucos, vivo, vivemos no mundo da ponte. Ponte aérea, ponte-porto. Se digo que muitos estão no rio ou no mar, não quero dizer que a travessia foi feita, talvez nunca tenha sido realizada. O outro lado ou esse. O entre é perigo. Interstício que é condição universal, como a solidão. Ambos amedrotam. Parece que não a mim. Talvez um pouco.

Estar em exílio tem dessas. É experenciar a travessia, que não é necessariamente busca por algo ou alguém. Vale lembrar do vento. Vento de travessia. Deixar-se levar. É também viver o rio. Calmaria aparente. Outro gosto. Outro custo. Deixo me levar. E o mar, idem. Desatino sedutor. Me leva contigo. Não há luta. Ponte, rio, mar. Travessia, amor, paixão.

Estou sim na ponte, sabemos. E na janela, um girassol (e quatro brotos) me diz(em) algo mais.