segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Para não esquecer...

Lembrar o não esquecer,
não esquecer o lembrar.
Diariamente, lembro de muitas coisas, coisas que vêm sem pedir permissão, outras que não gosto muito que venham.
Mas nesse ginasticar da lembrança, venho pensando muito no não esquecer.
Não esquecer esse vai-e-vem, esse vem-e-vai, de muitas coisas.
Lembro do to be Joubert e agora tento não esquecer o to be Joubert.
Pois antes do nascer eu já caminhava e ainda caminho, memórias que são memória viva e pulsante.
Quem tem medo?
Eu tenho, assumo.
Já tive mais.
Pois a cada momento de entrega consciente percebo-me no meu caminhar e fico surpreso.
Como?
Somos experencia, mas experiencia como o que fazemos com o que nos acontece.
Nascer é um acontecimento para o mundo, dentro para fora.
Antes também, logo, nascer é a continuidade de um caminhar.
Um to be qualquer coisa que sou eu que está aqui e, ao mesmo tempo, está por vir.
Por que então a mágoa? o rancor? a ferradura? a ancora? o medo? o pecado? o não ser? o cair? a incertaza? o acidente? o erro?
Ainda não sei, eis o de-vir.
Hummm, mais importante talvez do que o de-vir ou dever ser alguma coisa, é o de-ir do caminhar...
Perdi-me nas palavras, sei.
Foi de propósito.
Para não esquecer que.