segunda-feira, fevereiro 25, 2008

De uma vez só. De uma vez, só

Que trilha fará alguém ou algo andarilhar mais que um passo a mais e mais que um passo a menos sem que falte fôlego p'ra prosseguir ou simplesmente seguir em frente sabendo que ir é vir e vir é ir sem cessar e sem saber cessar e sem saber acessar o que é imprevisto mas nem por isso improvável de acontecer e de permanecer como um desejo outro que é legítimo por ser seu e meu mas é ilegítimo por ser mais do outro que seu e meu o que não é necessariamente ruim pois dizem digo que o que é meu o que é seu tá guardado bem guardado bem bem guardado bem bem bem guardado mesmo que até parece que não existe mas existe pois se não existisse não estaria aqui a alimentar uma trilha que parece não ter fim que parece não ter sim que parece não ter dono que parece não ter sono que parece não ter preço e vai e continua pois o escondido do canto que se quer trilhar que se quer andarilhar é mais que saudade e é saudade mais que saudade boa pois é saudade apenas dessas destas daquelas outras que deixa a palavra bebada que nós faz beber da palavra e ficar bebadapalavra torta incerta prosa poesia ou sem lá o que que não se sabe o nome ou não se ousa dizer o nome e até se sabe e até se ousa pois se não tem ninguém p'ra perguntar pergunta-se assim mesmo a si mesmo e a resposta vem na forma de um girassol que diz algo que diz mal diz tudo que diz bem que diz e desdiz o que minha dança diz de muito e de mim e de ser e de ter talvez a ousadia de sonhar para além do esforço de sonhar para além do estorvo de sonhar para além do entorno que a gente leva por onde quer que queiramos por onde quer que estejamos por onde quer que pelejemos por onde quer que ninguém quer somente eu que só mente um pouco quando quer acreditar que o improvável é possível de realidades outras de realidades tantas de realidades mantras de realidades vastas de realidades castas e reais por serem humanas por serem ação por serem dança sem coreógrafo por serem canto sem maestro por serem trilha sem mapa por não serem tudo isso justamente porque é bússola que justamente ajusta a mente ...

Que a trilha que se fará é ad infinitum quando se tem sangue no olho quando se tem dança na carne quando se tem querença no coração ... Quando se tem, e temos.

5 comentários:

Carolina do Vale disse...

Escrita tropicalista. Adoro!

joubert disse...

Foi quase um vômito. Parto seria um despropósito. Veio de uma vez só. Hoje me sinto mais leve. Virtude boa essa. Do tropicalista, bom saber. Musicalidade na escrita, percebi. Bem a ver com o blog. Adoro tbm, digo. bj.

criscalina disse...

O sangue do meu olho danço de ficar bêbo.
comé que foi na funceb?
beijo,

criscalina disse...

*dançou

joubert disse...

Foi bom. Mas incógnita. A docência já faz parte da minha vida, mas de um outro jeito que não é burocrático. Vamos ver se eles perceberam isso. Eu percebi. hehehe.