Enquanto muitos, talvez quase todos, vivem no mundo do rio ou do mar, eu, certamente alguns poucos, vivo, vivemos no mundo da ponte. Ponte aérea, ponte-porto. Se digo que muitos estão no rio ou no mar, não quero dizer que a travessia foi feita, talvez nunca tenha sido realizada. O outro lado ou esse. O entre é perigo. Interstício que é condição universal, como a solidão. Ambos amedrotam. Parece que não a mim. Talvez um pouco.
Estar em exílio tem dessas. É experenciar a travessia, que não é necessariamente busca por algo ou alguém. Vale lembrar do vento. Vento de travessia. Deixar-se levar. É também viver o rio. Calmaria aparente. Outro gosto. Outro custo. Deixo me levar. E o mar, idem. Desatino sedutor. Me leva contigo. Não há luta. Ponte, rio, mar. Travessia, amor, paixão.
Estou sim na ponte, sabemos. E na janela, um girassol (e quatro brotos) me diz(em) algo mais.
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Um comentário:
Amei. Deu pra sentir um pouco do vento que parece vir do rio e do mar. bjus
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